O frio dos dias de inverno, a neblina densa e as ruas do Centro londrinense fazem parte da ambientação do romance "Meus dedos sentem falta do seu cheiro", do escritor Michel de Oliveira, que tem como fio condutor um tema bastante contemporâneo: o ghosting, sumiço sem explicação que tem sido bastante recorrente nas relações em tempos de internet. LEIA MAIS Dicas de leitura de horror com o escritor Helton Lucinda O autor, que é natural de Sergipe, morou em Londrina para cursar o mestrado em Comunicação na Universidade Estadual de Londrina (UEL). "Foi uma experiência muito feliz morar em Londrina, então decidi homenagear a cidade como cenário principal do meu primeiro romance", conta. Segundo Michel, a ideia de abordar o ghosting veio da recorrência do tema. "Vivenciei uma situação de ghosting bastante dolorosa. Ao conversar com amigos e acompanhar relatos na internet, percebi que era um comportamento que estava se tornando comum, então decidi escrever sobre o assunto", lembra. Jornalista de formação, o escritor comenta que tem especial interesse pelas relações humanas e pelos desafios da comunicação. "Meus dedos sentem falta do seu cheiro orbita neste universo de tantos aparatos tecnológicos que supostamente facilitam a comunicação, mas onde o diálogo parece ser o principal desafio", ressalta. A obra aborda ainda temas como homoafetividade, desafios dos relacionamentos contemporâneos, paixão, saudade e luto. "Meus dedos sentem falta do seu cheiro" é o quinto livro de ficção do autor, que tem se destacado como um dos nomes da literatura nordestina contemporânea. Com uma escrita versátil, Michel de Oliveira já se aventurou nos gêneros conto e poesia, além da escrita acadêmica. É autor de “Fatal Error”, “O amor são tontas coisas”, “O sagrado coração do homem”, “Cólicas, câimbras e outras dores”, e dos livros de não ficção “Seduzidos pela luz ou bases antropológicas da fotografia” e “Saudades eternas: fotografia entre a morte e a sobrevida”. Participou ainda das antologias “Como tudo começou: a história e 35 histórias dos 35 anos da Oficina de Criação Literária da PUCRS” e “Qualquer ontem”.
Escritor versátil