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No mês da consciência negra, conheça livros que somam à luta antirracista
Carol Avansini
03 de Novembro de 2023

 

Chegou novembro, quando celebramos o mês da Consciência Negra no Brasil, um convite para estudar e entender um pouco mais sobre o tema e somar à luta antirracista. 

 

Um bom caminho para aprender mais sobre consciência negra é por meio dos livros e não faltam autores brasileiros consagrados que debatem essa questão em suas obras. 

 

A literatura, em suas diversas formas, oferece insights valiosos sobre a experiência negra no Brasil, permitindo que as pessoas compreendam melhor as raízes do racismo e as complexidades da cultura afro-brasileira. Livros que denunciam o racismo oferecem uma oportunidade de aprendizado e reflexão e podem servir como um ponto de partida para quem deseja se envolver mais ativamente na promoção da igualdade racial.

 

A discriminação racial afeta negativamente a vida de milhões de brasileiros, limitando oportunidades de educação, emprego e acesso a serviços de qualidade. A celebração deste mês visa sensibilizar a população sobre a necessidade de desconstruir estereótipos, promover a igualdade racial e combater o preconceito em todas as esferas da sociedade.

Dia da Consciência Negra

O Dia da Consciência Negra é celebrado no Brasil no dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo das Américas, o Quilombo dos Palmares. O dia tem como objetivo lembrar a importância da cultura e das contribuições dos afrodescendentes para a formação da sociedade brasileira. Além disso, a Consciência Negra busca conscientizar a população sobre a necessidade de combater o racismo em todas as suas formas.

Neste mês da Consciência Negra, convidamos todos a se informarem, refletirem e se envolverem na luta contra o racismo por meio de livros de autores brasileiros. Confira:

 

Torto Arado - Itamar Vieira Junior

Torto Arado narra a trajetória das irmãs Bibiana e Belonísia, que após mexer em uma misteriosa mala da avó, envolvem-se em um acidente que as tornará dependentes uma da outra e transformará suas vidas. A trama protagonizada por mulheres desvenda as desigualdades do Brasil e joga luz sobre personagens anônimas através do tempo.

 

Como o racismo criou o Brasil - Jessé Souza

Em “Como o racismo criou o Brasil”, o sociólogo Jessé Souza, por meio de uma abordagem multidimensional, mostra como o racismo sempre foi a principal causa da desigualdade na sociedade brasileira, expondo que o racismo é, na verdade, a causa de todo o atraso social, econômico e político do Brasil.

 

Amoras - Emicida

Em “Amoras”, primeiro livro infantil do rapper Emicida, temas como negritude, representatividade, preconceito e autoconfiança são abordados. O autor mostra a importância de nos reconhecermos no mundo e termos orgulho de quem somos.

 

Úrsula - Maria Firmina dos Reis

O que dizer de Maria Firmina dos Reis, uma maranhense nascida em 1822 e autora de Úrsula, o primeiro romance escrito por uma mulher no Brasil? Ela era filha de escrava, abolicionista e foi admitida como professora aos 22 anos de idade. Úrsula, como muitos outros romances da época, conta uma história de amor entre dois jovens, a protagonista Úrsula e o bacharel Tancredo. Por trás do romance, porém, há uma clara preocupação da autora com o tratamento dado aos personagens negros, às mulheres e à escravidão. Úrsula é um livro difícil de encontrar, mas está disponível no Sebo Capricho!

 

Quarto de Despejo - Carolina Maria de Jesus
Reconhecida recentemente como doutora honoris causa pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Carolina Maria de Jesus foi uma ex-catadora de papel cuja trajetória inclui a vida na favela do Canindé, em São Paulo. Nascida em 1914, traduziu em suas obras o enfrentamento do racismo estrutural. Seu primeiro livro, “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, foi escrito quando ainda sustentava a família como catadora e escrevia no pouco tempo que sobrava. O livro repercutiu logo na estreia e foi traduzido para mais de quinze idiomas em 40 países. Os diários escritos entre 1955 e 1960, que compõem a obra, são um retrato do racismo estrutural no Brasil. Quarto de Despejo, inclusive, é um dos livros de leitura obrigatória para o vestibular da UEL. 


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Créditos: Foto de visuals na Unsplash
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