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As epidemias e suas histórias na literatura
Toda Rede Comunicação
14 de Maio de 2020

Não é de hoje que a literatura e o cinema se debruçam em contar, descrever ou criar histórias que falam sobre epidemias. Há muitas décadas obras como essas fazem parte do imaginário – ou nem tão imaginário assim. Com a pandemia do Coronavírus, muitas dessas obras voltaram a ficar em evidência. E para quem curte um bom livro, o blog do Sebo Capricho selecionou algumas obras que, além de falarem sobre pandemias reais ou imaginárias, estão entre aquelas que você precisa ler durante a vida.

A Peste, de Albert Camus, é uma delas. Publicado em 1947, fala sobre a chegada de uma epidemia que assola a cidade de Orã, na Argélia. Uma obra que questiona diversos assuntos relacionados à natureza do destino e da condição humana. Publicado após a Segunda Guerra Mundial, a cidade dizimada pela terrível peste transmitida por ratos, lembra a ocupação nazista na França durante o conflito. É narrado sob a ótica do médico, Rieux, envolvido nos esforços para conter a doença. Um livro atual. Albert Camus recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957.  O autor morreu em 1960, aos 46 anos.

De outro Nobel de Literatura, Ensaio Sobre a Cegueira é um clássico da literatura mundial e foi adaptado para as telas dos cinemas por Fernando Meirelles. Fala sobre a “treva branca”, que provoca uma cegueira inexplicável e que se espalha rapidamente. Para tentar conter a situação, o governo confina os infectados em um manicômio abandonado. Em quarentena, os cegos se encontram com poucos recursos, reduzidos à essência humana, como uma verdadeira viagem às trevas. São imagens de tempos sombrios apresentadas por Saramago numa história intensa e comovente que nos obriga a olhar para a humanidade que há em nós e recuperar, se possível, a lucidez. Vale a pena cada página.

Daquele que tem o talento para nos “assustar”, em A Dança da Morte, Stephen King cria uma história épica sobre o fim da civilização e a eterna batalha entre o bem e o mal. Um vírus é liberado após um erro de computação no Departamento de Defesa. Essa supergripe fabricada em laboratório se alastra pelo planeta e dizima 99% da população. O que surge desse “fim do mundo” é um ambiente árido, sem instituições. Nesse cenário, os sobreviventes precisam escolher seu lado – ou serem escolhidos. As pessoas precisam reunir forças para recomeçar.

Em Um Diário do Ano da Peste, Daniel Defoe mistura realidade e ficção. O inglês relata no livro a epidemia que devastou Londres em 1665 e dizimou milhares de vida. A obra é uma reportagem sobre a peste bubônica, onde Defoe cria personagens e diálogos, mas sem deixar de registrar a história com o olhar de um repórter. Autor de Robinson Crusoé e precursor do jornalismo moderno, Defoe morreu em 1731. No ano em que a peste invadiu a Inglaterra, o escritor tinha 5 anos.

Sim, é possível amar durante as epidemias! É o que nos conta Gabriel García Márquez no clássico romance O Amor nos Tempos do Cólera. A paixão de Florentino Ariza por Fermina Daza tem como pano de fundo a epidemia de cólera que assolou Cartagena, na Colômbia, no final do século XIX. A cidade foi cenário para a história de amor que levou mais de 50 anos para ser vivida. O autor reconstrói hábitos e costumes da sociedade colombiana de 1880 a 1930 e fala de amor. O livro é um tratado sobre o amor. “Florentino Ariza não deixara de pensar nela um único instante desde que Fermina Daza o rechaçou sem apelação depois de uns amores longos e contrariados, e haviam transcorrido a partir de então cinquenta e um anos, nove meses e quatro dias”.

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Créditos: Arte/Reprodução
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