Você já ouviu falar em Afrofuturismo? De acordo com a a Academia Brasileira de Letras, é um movimento que utiliza elementos da ficção científica e da fantasia para criar narrativas de protagonismo negro por meio da celebração de sua identidade, ancestralidade e história. O filme Pantera Negra, da franquia Marvel, é um exemplo bem conhecido desse conceito. O afrofuturismo se estende pelos campos cultural, estético e político e se manifesta na literatura, no cinema, na fotografia, na moda, na arte e na música. Em geral, obras pertencentes a este movimento procuram retratar um futuro grandioso, caracterizado tanto pela tecnologia avançada quanto pela superação das condições determinadas pela opressão racial, dentro do contexto da vivência africana e diaspórica. A história do afrofuturismo remonta às décadas de 1950 a 1970, por meio de autores de ficção científica como Ralph Ellison, Octavia Butler e Samuel R. Delany. O movimento só passou a ser reconhecido por esse nome, porém, quando o pesquisador Mark Dery escreveu o artigo "Black to the Future", que acabou sendo incluído no livro "Flame Wars: the discourse of cyberculture". O movimento é muito importante para recuperar valores dos povos africanos e projetar futuros para a população negra no contexto dos avanços tecnológicos. E, para celebrar o fim do nosso especial do mês da mulher, separamos quatro livros escritos por autoras que seguem essa tendência. Confira: A história se passa em um planeta devastado por uma hecatombe nuclear. É nesse lugar que a jovem e misteriosa Onyesonwu - que pode ser traduzido como Quem teme a morte - descobre que tem superpoderes e foi escolhida para salvar a humanidade. Toda a narrativa se desenrola na África, em um universo de fantasias, batalhas, tradiçoes, tecnologias e questões raciais. Diferente dos clássicos do afrofuturismo, esse livro fala da romântica história de Davi e Joana, que se conheceram online e passam o tempo conversando, vendo filmes e fazendo companhia um para o outro. Porém, escondidos atrás de arrobas (@) das redes sociais, eles não sabem quem são e que estão mais próximos do que imaginam. Essa adaptação contemporânea do clássico Orgulho e Preconceito conta a história de Zuri Benitez, que mora no Brooklin e tem orgulho de sua origem e suas tradições. Quando a rica família Darcy se muda para o outro lado da rua, Zuri não quer contato com seus dois filhos adolescentes, mesmo quando sua irmã Janae começa a se apaixonar pelo encantador Ainsley. A história é conhecida, mas ganha novos contornos ao abordar temas como identidade cultural, classe e gentrificação. Dana e seu marido são casados há 26 anos e estão de mudança para um novo apartamento. Ao desfalecer, repentinamente se encontra à beira de uma floresta onde uma criança se afoga em um rio. Ela tenta salvar o menino, mas acaba em outro cenário, sob a mira de uma espingarda. E, de repente, ela está de volta ao seu apartamento. Porém, tal experiência volta a se repetir incontáveis vezes e, quanto mais tempo passa no século XIX, numa Maryland pré-Guerra Civil – um lugar perigoso para uma mulher negra –, mais consciente Dana fica de que sua vida pode acabar antes mesmo de ter começado.Quem Teme a Morte - Onye e a Profecia - Nnedi Okorafor
Reticências - Solaine Chioro
Orgulho - Ibi Zoboi
Kindred: Laços de Sangue - Octavia Butler