A poeta, professora, filósofa, romancista e contista mineira Adélia Prado é a vencedora do Prêmio Camões 2024, o mais importante da língua portuguesa.  

Com um valor de 100 mil euros, a premiação é uma das mais valiosas do mundo entre os prêmios literários. Concedida pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN), em parceria com o Governo de Portugal, ela celebra a obra de autores que enriquecem o patrimônio literário e cultural da língua portuguesa.

O júri destacou que "Adélia Prado é autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética. Herdeira de Carlos Drummond de Andrade, o autor que a deu a conhecer e que sobre ela escreveu as conhecidas palavras 'Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo...', Adélia Prado é há longos anos uma voz inconfundível na literatura de língua portuguesa".

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Quem é Adélia Prado?

Adélia Prado nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, em 1935, e é licenciada em filosofia. Seus primeiros poemas foram publicados em jornais de Divinópolis e Belo Horizonte. Em 1975, enviou seus poemas para Carlos Drummond de Andrade, que, impressionado, os encaminhou para a Editora Imago. Assim, surgiu "Bagagem", sua obra de estreia, que chamou a atenção da crítica pela originalidade e estilo.

Em 1976, "Bagagem" foi lançado no Rio de Janeiro, com a presença de importantes figuras literárias como Drummond, Affonso Romano de Sant'Anna e Clarice Lispector. Em 1978, Adélia venceu o Prêmio Jabuti com "O Coração Disparado". Sua carreira incluiu ainda obras em prosa e poesia, destacando-se "Solte os Cachorros" (1979), "Cacos para um Vitral" (1980) e "Terra de Santa Cruz" (1981).

Sobre o Prêmio Camões

Instituído pelos governos do Brasil e de Portugal em 1988, o Prêmio Camões visa estreitar os laços culturais entre os países de língua portuguesa. Nomeado em homenagem ao poeta português Luís Vaz de Camões, o prêmio é concedido aos autores cuja obra enriquece o patrimônio literário da língua portuguesa.

O Ministério da Cultura português e a Fundação Biblioteca Nacional coordenam a premiação. O júri é composto por representantes de Portugal, Brasil e outros países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O diploma entregue aos laureados é assinado pelos chefes de estado do Brasil e de Portugal.

Vencedores Anteriores

Entre os 34 vencedores do Prêmio Camões estão nomes de cinco países lusófonos, incluindo Miguel Torga, João Cabral de Mello Neto, José Craveirinha, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Saramago, Mia Couto, Chico Buarque e João Barrento. Em 2023, o prêmio foi concedido ao ensaísta e crítico literário português João Barrento.

Adélia Prado se junta a esse seleto grupo, consolidando sua posição como uma das grandes vozes da literatura em língua portuguesa.